Hoje os dias parecem-me mais compridos de dia, e mais curtos à noite... chego às 21:00 e já tenho vontade de dormir. Sei que te magoei hoje e isso vai-me tirar o sono, pois magoar que amamos é magoar-nos a nós próprios. Uma parte de mim gostava de te dizer “boa sorte, espero que sejas feliz ao lado da pessoa que amas” mas essa parte tão humana que é o nosso orgulho e a nossa autoestima, que por mais baixa que esteja, tem de estar sempre por cá, não me deixa nunca dizer isso. Tens de sofrer; não sofrerás metade do que eu vou passar, mas por algo terás de passar. A tua culpa? A desonestidade. Ninguém pode obrigar ninguém a gostar de alguém, mas dizer a verdade, ser honesto e sem artifícios sempre foi uma coisa muito bela. Tu falhaste nestes três pontos. Redondamente. Falhaste tanto, mas tanto, com alguém que te poderia ter compreendido tão bem. Nunca te pedi nada, e havia uma razão para isso; estava à espera do dia em que me contasses a verdade. Esse dia veio tarde demais. Veio muito tarde. Veio de noite, na noite escura da minha depressão galopante, onde me afundava cada dia que passava. Tu desconfiavas, mas não querias ver. Pensaste que era por ti. Não, meu querido, é pelo mundo que estou em agonia. Desse mundo agoirento e de pó e de mentira do qual fazes parte. Do qual eu também faço parte.
Hoje magoei-te, e senti as minhas próprias palavras na minha própria carne. Li a mensagem vezes sem conta, pensando como aquilo me magoava, e como talvez me magoasse mais a mim própria do que a ti. Sempre duvidei que tivesses sentimentos genuínos. Que fosses minimamente sensível. Nunca mostraste essa faceta, a não ser quaqndo eu te punha entre a espada e a parede. Da última vez, só faltou chorares, a implorar para que eu parasse. Agora compreendo porquê. Não estragaste o dia dos meus anos, estragaste um pedaço da minha vida. Um pedaço do meu tempo. Tarde demais, pois o tempo é irrecuperável. Disseste-me que não te arrependias de nada; eu devia ter desconfiado quando me disseste isso, mas as mulheres apaixonadas são ingénuas e cegas, e não vêem o óbvio; “não me arrependo de nada do que fiz, AGORA que a situação mudou”, era este o fim da frase. Da frase que nunca acabaste, e que eu agora acabei por ti.
Eu arrependo-me de te ter deixado entrar na minha vida, porque agora não consigo deixar-te sair. Estou a mentir quando digo que não temos mais nada para falar; temos um rio de palavras para trocar. E nem todas necessariamente más. Mas eu não te quero ver. Custa-me olhar para ti. Ver-te é ter-te perto da vista – perto da vista, perto do coração. E eu não te quero perto do meu coração. Não te quero mais perto do meu coração. Nunca mais.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
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