quarta-feira, 3 de junho de 2009

Coisas da Alma

Tanto tempo longe, mas já recuperada de umas feridas...e com uma nova para fechar.
O que dói mais, uma amor perdido, ou uma (verdadeira) amizade perdida?
Como reconquistar a confiança daqueles que nos amaram?
Não há um manual para as coisas da alma?
Devia haver.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Razões

O ódio tem a sua cristalização; mal temos a esperança de nos vingar, começamos a odiar.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Infantilidades

Como me andei a enganar todo este tempo?

Simplesmente, tu não serves para ser adulto.

domingo, 21 de setembro de 2008

Diário 3

Viajar. Hoje viajei sem ti. Costuma viajar contigo ao meu lado, sem tu saberes, sonhando com o dia em que viajaria, em realidade, comigo. Iamos de comboio até ao verde, eu ensinava-te a ouvir os passos dos esquilos, tu ensinavas-me a relaxar e a sentir a paz à minha volta. No meu sonho, eu recebia mais do que dava. Na verdade, sempre dei mais do que recebi.
Não fosse hoje adormecer cedo à custa de 3 comprimidos diferentes que tomo todas as noites, passaria as mesmas em branco a pensar no que estarias a pensar. É decadente, eu sei, e mortifico-me por isso. Eu, uma mulher tão independente e fria, e calculista, e orgulhosa, deixei-me cair de tal forma, que roça a vergonha. Devia ter vergonha do que penso. E o que penso é muito pior do que isto que escrevo aqui.
E porque escrevo aqui. Porque tenho de o fazer. Tenho de dizer a um mundo cego que sofro, mas não quero ouvir perguntas. Custa-me falar sobre isso, falo porque ninguém mo pede, e isso facilita. Quando estou numa sessão de psicoterapia, as palavras custam-me a sair, é uma obrigatoriedade falar e pensar e sentir. Sinto-me idiota a falar de assuntos idiotas e de soluções idiotas pata aprender a viver num mundo idiota.
Por exemplo, um amigo meu vai dar uma festa. Eu vou. Mas ele – ele, o terrível, tu, o terrível – também vai, mas mais tarde. Vou ter duas horas para me divertir, e depois ir-me embora antes de ele chegar, porque não me quero cruzar com ele. Ora, isto é claramente idiota. A decisão é idiota, a acção é idiota, e o facto de tu ires é uma idiotice pegada. Não me sabes deixar em paz? Pedi tantas vezes para irmos a festas, e a esta vais? Agora, que já nada vale a pena?
És e foste e será sempre um desperdício do meu tempo.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Exorcismo

Hoje não quero saber se estás bem ou mal. Não quero saber se estás furioso, doente ou triste. Não quero saber se existes. Queria apenas ter na mão um punhal preto e prata, de ritual, para exorcixar os meus espirítos, o meu mal.

Com ele cravava-te o coração, mas olhos nos olhos; haverias de ver o meu olhar enquanto eu te matava lentamente, com a lâmina afiada e sem misericórdia, não um olhar demente, mas lúcido, perfeitamente ciente do crime que estava a cometer.

No fim de contas, estava a cometer o mesmo crime que tu.
Apunhalaste-me mesmo no coração, sem miserocórdia nem perdão, mas desviaste o olhar, pois não querias ver o sangue.

Olho por olho, dente por dente; o que entre nós haveria de ser diferente é que eu te iria olhar nos olhos, para que soubesses que era eu a criminosa, e que não tinha medo de te enfrentar, de te magoar, e de te deixar nas sombras.

Deixaste-me morrer, mas renasci. Falta fazer o mesmo a ti.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Dedicado a um dos maiores cobardes da História da Humanidade


Adivinha, qual é a que te assenta melhor?
Todas.



A cobardia é a mãe da crueldade.

Em que consiste a pior das cobardias? Parecer-se cobarde perante os outros e manter a paz ? Ou ser-se cobarde perante nós próprios e provocar a guerra?

Os cobardes morrem várias vezes antes da sua morte; o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.

A diferença entre os corajosos e os cobardes é esta: os primeiros reconhecem o perigo e não sentem medo, os segundos sentem medo sem reconhecer o perigo.

Cobarde é aquele que não abre novos caminhos na vida, nem emprega as suas forças para enfrentar os obstáculos.

Ver o que está certo e não fazê-lo é cobardia.

Cobarde é o homem que numa emergência perigosa pensa com as pernas.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Diário 2

Hoje os dias parecem-me mais compridos de dia, e mais curtos à noite... chego às 21:00 e já tenho vontade de dormir. Sei que te magoei hoje e isso vai-me tirar o sono, pois magoar que amamos é magoar-nos a nós próprios. Uma parte de mim gostava de te dizer “boa sorte, espero que sejas feliz ao lado da pessoa que amas” mas essa parte tão humana que é o nosso orgulho e a nossa autoestima, que por mais baixa que esteja, tem de estar sempre por cá, não me deixa nunca dizer isso. Tens de sofrer; não sofrerás metade do que eu vou passar, mas por algo terás de passar. A tua culpa? A desonestidade. Ninguém pode obrigar ninguém a gostar de alguém, mas dizer a verdade, ser honesto e sem artifícios sempre foi uma coisa muito bela. Tu falhaste nestes três pontos. Redondamente. Falhaste tanto, mas tanto, com alguém que te poderia ter compreendido tão bem. Nunca te pedi nada, e havia uma razão para isso; estava à espera do dia em que me contasses a verdade. Esse dia veio tarde demais. Veio muito tarde. Veio de noite, na noite escura da minha depressão galopante, onde me afundava cada dia que passava. Tu desconfiavas, mas não querias ver. Pensaste que era por ti. Não, meu querido, é pelo mundo que estou em agonia. Desse mundo agoirento e de pó e de mentira do qual fazes parte. Do qual eu também faço parte.
Hoje magoei-te, e senti as minhas próprias palavras na minha própria carne. Li a mensagem vezes sem conta, pensando como aquilo me magoava, e como talvez me magoasse mais a mim própria do que a ti. Sempre duvidei que tivesses sentimentos genuínos. Que fosses minimamente sensível. Nunca mostraste essa faceta, a não ser quaqndo eu te punha entre a espada e a parede. Da última vez, só faltou chorares, a implorar para que eu parasse. Agora compreendo porquê. Não estragaste o dia dos meus anos, estragaste um pedaço da minha vida. Um pedaço do meu tempo. Tarde demais, pois o tempo é irrecuperável. Disseste-me que não te arrependias de nada; eu devia ter desconfiado quando me disseste isso, mas as mulheres apaixonadas são ingénuas e cegas, e não vêem o óbvio; “não me arrependo de nada do que fiz, AGORA que a situação mudou”, era este o fim da frase. Da frase que nunca acabaste, e que eu agora acabei por ti.
Eu arrependo-me de te ter deixado entrar na minha vida, porque agora não consigo deixar-te sair. Estou a mentir quando digo que não temos mais nada para falar; temos um rio de palavras para trocar. E nem todas necessariamente más. Mas eu não te quero ver. Custa-me olhar para ti. Ver-te é ter-te perto da vista – perto da vista, perto do coração. E eu não te quero perto do meu coração. Não te quero mais perto do meu coração. Nunca mais.